A entrada em todos os espaços da Fundação Cupertino de Miranda:
• Exposição temporária;
• Torre Literária “Louvor e Simplificação da Literatura Portuguesa”;
• Espaços de Exposição permanente.
Um almoço único* no restaurante tradicional Sara Barracoa – Cozinha Regional
Viagem de ida e volta, nos comboios urbanos do Porto, entre Braga ou Porto S. Bento e Famalicão.
*Válido de segunda a sexta-feira.
A Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão e a Fundação D. Luís I, Cascais, têm a honra de convidar para a inauguração da exposição Sonhos e Metamorfoses: O Surrealismo de Paula Rego, que se realiza no dia 11 de abril, sexta-feira, às 18h30, na Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão, com curadoria de Catarina Alfaro, Marlene Oliveira e Perfecto Cuadrado.
A exposição estará patente ao público até dia 4 de janeiro de 2026.
Paula Rego (1935–2022) é uma das artistas portuguesas contemporâneas mais conhecidas mundialmente. Residiu e trabalhou em Londres, cidade onde estudou pintura na Slade School of Fine Art, entre 1952 e 1956. A aprendizagem artística nesta escola terá sido determinante para a estimulação de uma linha de pesquisa e a consequente procura e encontro de uma linguagem figurativa pessoal, que se definiu a partir das histórias e imagens da sua infância e do seu país. Todavia, o princípio fundamental do seu processo criativo não deriva da sua formação académica mas sim da imaginação, que está na base da sua identidade artística. O desenvolvimento da figuração pela via da fantasia desde cedo interessou à artista, e justifica esse seu interesse precoce pelo surrealismo, tendo encontrado neste movimento artístico uma forma de expressão muito semelhante à sua imagética pessoal. Nas suas palavras: «Havia livros de arte em casa. Meu pai dava-me livros depois de ver que era isso que me interessava. Quando tinha 14 anos, comprou-me um livro sobre Dadá e Surrealismo. Era como um livro de histórias; simplesmente maravilhoso, estar a ver aquelas ilustrações. Revelação, não posso dizer que fosse, pois para mim era exactamente como um livro de contos de fadas. Não me deu surpresas. Eu estava habituada a imagens daquelas.»
Esta exposição reúne obras da artista que se aproximam do universo surrealista pelas suas temáticas e metodologias de trabalho. São identificáveis nas suas obras vestígios do movimento fundado por André Breton, talvez mais evidentes nas «pinturas-colagem» da década de 1960. Esses traços revelam-se de modo mais generalizado quando a construção das imagens obedece a um impulso que é próprio dos sonhos, num jogo constante de dissimulação e revelação. Também as criaturas fantásticas que povoam algumas das obras apresentadas e o modo como interagem remetem para um universo onírico, um mundo de sonhos de magnético encantamento para onde somos irremediavelmente puxados. O onírico, o maravilhoso, o enigmático e o misterioso estão sempre presentes quando configura situações de encantamento. Estas podem ser definidas como imagens daquilo que não pode ser explicado em termos naturalísticos e surgem quando a artista trata temas como o amor, o medo e os mistérios.
É neste contexto de encantamento que surgem os animais humanizados que convivem nas suas obras, colocados em situações de poder e de sedução, assumindo a forma de criaturas benignas e, outras vezes, assustadoras. A ideia da metamorfose serve-lhe, de igual modo, enquanto analogia para a criação artística: “Todo o meu trabalho tem que ver com metamorfose. Ela surge na própria criação física do quadro, na tentativa e erro do trabalho.”